Eu vi o Radiohead e agora de frente para este computador posso escrever sobre as roupas que usavam, descrever o clima e dissertar sobre a umidade relativa do ar. Agora o significado daquela penúltima sexta-feira do mês de março do 2009° ano do nascimento de Cristo, não vou saber explicar.

Los Hermanos nos brindando em baixo e bom som na abertura da noite. Eles poderiam passar o show inteiro apresentando para o público versões acústicas, remix ou qualquer outra de Ana Júlia que ainda assim o jogo tava ganho. Não o fizeram e tornaram tudo mais delicioso. Kraftwerc entrou em seguida e me deixou completamente instigado. Ainda estou me perguntando se realmente precisaria de 4 caras pra fazer aquilo que eles cometeram no palco já que houve uma hora em que todos foram embora e 4 robôs continuaram lá em cima fazendo absolutamente a mesmíssima merda. Um cara na platéia discursava efusivo sobre a importância desses caras pra vertente da música eletrônica atual. Interpelei-o
- Você conhece mesmo eles? – puxei assunto.
- Lógico! A música eletrônica como você conhece hoje e até mesmo o que o Radiohead faz vem deles. E eles começaram tudo isso no final da década de 70.
- Então você sabe me dizer se os shows deles costumam ser longos?

Ao final daquilo tudo, eles foram saindo do palco um a um e eu aplaudi. Toda e qualquer manifestação de arte é justificável. E se um dia eu tiver a oportunidade de lhes dizer que meu fervor nos aplausos era pelo fim do show, não direi.
Dez horas daquela noite e o Radiohead vem ao palco. Aquela noite vai durar pra sempre.